A efemeridade bateu à porta mais cedo do que se esperava. O que faz me questionar todos os dias qual é o nosso propósito nesta vida.
Num dia eu era uma criança feliz a que todos chamavam “a menina da avó”, a que ia a correr atrás de ti assim que notava a tua ausência na cama, eras a minha parceira em todas as minhas pequenas descobertas. Nunca tive a oportunidade de te dizer o quanto eu amava-te, correção: amo! De agradecer-te pela tua admirável paciência para comigo.
Tenho gravada na minha memória a última vez que te vi com vida e o momento exato que me deram a triste noticia da tua partida para “um lugar melhor”, pelo menos foi isto que todos me disseram que tinhas ido para um lugar melhor, que Deus não queria que sofresses mais. É verdade? Encontraste a paz? Não sentes mais dor? Ou simplesmente desapareceste? Apenas não quero que desapareças das minhas recordações, parece que a cada novo ano celebrado mais difícil se torna lembrar-me da tua face nitidamente.
E perdi a oportunidade de me despedir no dia em que disseste “acho que vou morrer?” e eu não estava lá… como é que sabias que estava na tua hora de partir? A minha mãe ainda te foi buscar um copo com agua mas quando chegou já estavas pálida no chão. Espero que saibas que mesmo após 7 anos da tua morte que ainda pensamos em ti com amor e carinho, que o avô ,sempre que pode, leva-te flores. E que à mesa todos nós falamos do quanto eras especial: uma pessoa simples e humilde. Não tive a oportunidade de dizer-te adeus naquele dia mas, se tens acompanhado o meu percurso até aqui talvez o motivo por não me ter despedido é porque se calhar não é um “adeus” mas sim um “até já” Descansa em paz.